"O estilo nem por sombra corresponde a um simples culto da forma, mas, muito longe disso, a uma particular concepção da arte e, mais em geral, a uma particular concepção da vida." (Leon Tolstoi)
5 de jan. de 2011
Trabalhando na medida
"Quanto tempo do seu dia você passa trabalhando? Se já refletiu o mínimo sobre o assunto – e toda vez que falta um tempinho na nossa agenda espremida a gente acaba mesmo pensando nisso –, percebeu que essa resposta tende a ser um número maior do que aquele que você gostaria. Não porque necessariamente você não goste daquilo que faça. Pode até ser que esteja contente com o seu emprego atual – e vamos supor que você realmente esteja. Mesmo assim, o resultado dessa equação (horas de trabalho real x horas de trabalho ideal) tende a ser negativo. No final do dia, a impressão é que passamos tempo demais na frente do computador, em reuniões intermináveis, recebendo ligações, elaborando relatórios... e a nossa rotina de labuta parece nunca ser suficiente para darmos conta de tudo. Essa sensação de dever não cumprido tem a ver, talvez, com a mesma pergunta do início desse parágrafo, mas com uma leve reformulação: quanto tempo do seu dia você passa, efetivamente, trabalhando?
Um deles é dos amigos e programadores norte-americanos Jason Fried e David Heinemeier Hansson, que criaram uma empresa de softwares que se tornou uma referência até mesmo para a maioria das companhias acostumadas a atingir o primeiro lugar em famosos rankings de “melhores para se trabalhar”. Isso não significa que eles oferecem um salário milionário nem que permitem que seus funcionários tenham 90 dias de férias. O diferencial é que eles investiram na produtividade de seus colaboradores – e, principalmente, na forma de eles a alcançarem. A primeira constatação diz respeito aos novos anseios dos profissionais, que mudaram muito no decorrer dos últimos anos.
Para ele, vivemos em uma era em que, mais do que nunca, as informações estão muito disponíveis e a velocidade das coisas aumenta exponencialmente, o que nos causa um senso de urgência permanente e uma distração sem fim. “Nós temos mais clientes para atender, mais e-mails para responder, mais telefonemas para retornar, mais reuniões para participar e mais tarefas para fazer. Se não damos conta de tudo, nos sentimos menos capazes e, consequentemente, menos realizados”, afirma Schwartz. E realização é palavra de ordem hoje para os profissionais. Todo mundo quer trabalhar para se sentir completo e feliz, acima de qualquer coisa.
Essa mudança de mentalidade é gradual, claro. Ainda há empresas que acham que seus funcionários precisam ser os bitolados que praticamente fazem do escritório a sua casa. É uma herança cultural que nos foi legada através dos séculos, portanto é compreensível que leve um tempo para se modificar. “Vivíamos na sociedade industrial, onde éramos ‘mão de obra’ e o bom operário deveria deixar o cérebro e as emoções em casa”, afirma Marcos Cavalcanti, coordenador do Crie (Centro de Referência em Inteligência Empresarial) da UFRJ. “Hoje, vivemos em uma sociedade em que o conhecimento se transformou no principal fator de produção de riqueza, e a criatividade e a capacidade de inovar são essenciais. O drama é que nosso sistema educacional e a maioria das empresas continua a funcionar como se ainda vivêssemos na sociedade industrial.”
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Um comentário:
Realmente, Angélica é difícil organizar o tempo de trabalho qdo estamos numa empresa, pois todos os funcionários e o patrão devem pensar da mesma forma p/ que o negócio dê certo.
Qdo trabalhava em empresas, muitas vezes parei meu serviço p/ atender ao patrão e ele me deixava sentada em uma cadeira e ficava longos minutos à conversar ao telefone, ou seja, estava perdendo meu precioso tempo sem fazer nada.
Já trabalhei p/ uma marca onde nosso acordo seria eu chegar às 10h e ficar até às 17h (6 horas de expediente), mas c/ pouco tempo a pessoa que me contratou começou a falar que eu deveria chegar às 8h como todo mundo, sem que com isso eu pudesse então sair às 15h (todos são meio bitolados a pensar que o "certo" é fazer igual a todo mundo).
Em outra empresa (onde trabalhava apenas 4h 1/2)os donos sempre reclamavam que gostariam que eu ficasse na empresa os 2 expedientes, mas é claro, sem me conceder um aumento. Sempre alegavam que eu passava as tardes sem fazer nada, mas não paravam p/ pensar que meu serviço ficava completo e sem pendências p/ o dia seguinte.
Por isso, optei por trabalhar em casa, onde posso montar meu horário da maneira que for mais conveniente, é claro que por ser uma outra proposta de vida, algumas vezes não temos o mesmo retorno financeiro, mas temos mais qualidade de vida, o que considero mais importante.
bjs
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